terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Mais uma história de Natal: MARIINHA

MARIINHA
            Fui uma criança com pouquíssimos brinquedos. Uma cadeirinha vermelha e uma sombrinha de criança foram, ao longo da minha infância, complementadas por uma bruxa de pano com cabelo de pelego, confeccionada pela minha mãe e por bonecas loiras, ruivas e morenas colhidas a cada ano, na roça de milho “embonecando”. Ah! Às vezes encontrava pequenas abóboras-de-pescoço que se transformavam em bebês enrolados em trapos. Brincava de “casinha”, juntando pequenos cacos de louça e a alegria era grande quando encontrava caquinhos coloridos que iam se transformando em pratos, xícaras, panelas...
            Foi próximo de um Natal que vim “na cidade” com a minha mãe e conheci a primeira boneca de verdade da minha vida. Íamos descendo a Avenida Marechal Floriano Peixoto e, em frente aonde hoje é o Banrisul, fiquei hipnotizada, contemplando tamanha lindeza. Numa casa grande e bonita, com pequenas moitas recortadas feitas de cercas-vivas, duas meninas iguais (eram gêmeas), brincavam no jardim e sentada sobre uma das moitas estava ela: uma loira boneca de louça, de olhos azuis.
            Boquiaberta e paralisada, olhava embevecida a boneca das “Bibisas” (apelido das gêmeas), sem querer acompanhar minha mãe que continuava descendo a rua. Como era possível existir uma boneca tão linda?!... Apressei o passo para alcançar minha mãe e continuei a acompanhá-la emudecida e com um recôndito sonho: “Que bom seria se o Papai Noel me trouxesse uma boneca tão linda como aquela!” Nem ousava externar meus desejos.
            Os dias se passaram e o Natal chegou. Na véspera, como sempre, deixamos nossos “ninhos” de Natal, feitos com barba-de-pau, na porta da nossa casa. No outro dia, corremos para ver o que Papai Noel havia deixado. Nosso ninho estava cheio de balas e bolachas pintadas com merengue e açúcar-de-cor. Escondi meu olhar de decepção e sorri para os singelos presentes.
            No meio da manhã descemos, meu pai, minha mãe, meus irmãos e eu, pela estradinha que atravessava o mato para irmos almoçar na casa do meu avô. Ao chegarmos, meu tio veio nos encontrar, dizendo que o Papai Noel havia deixado presentes para mim e para meus irmãos.
           Entrei na sala curiosa e foi aí que eu vi “Mariinha” sentada sobre a prateleira do rádio. Minha boca secou, meus olhos umedeceram e podia ouvir o bam...bam...bam... do meu coração pulando no peito.
            Era uma pequena, mas lindinha boneca de louça, com vestido rendado e sapatinhos cor-de-rosa, de cabelos loiros e olhos azuis que ao balançar piscavam e batiam umas espessas pestanas.
            A partir desse Natal, Mariinha foi a minha maior amiga e companheira. Acompanhava-me nas brincadeiras de “casinha” e “dormia” perto da minha cama.
            Nossa amizade e afeto nos fizeram felizes até um dia, quando eu já era  adolescente e meu irmão mais novo, ainda bebê, aproveitou um descuido meu e transformou Mariinha em cacos. Esses cacos simbolizaram, ao longo da minha vida, uma imensa saudade e a lembrança de um longínquo Natal muito...muito... muito feliz.

Maria Lêda Lóss dos Santos
Soledade, Natal de 2011

domingo, 18 de dezembro de 2011

Medicina e solidariedade humana

Assisti neste final de semana a formatura do Curso de Medicina da Universidade de Passo Fundo, onde três novos médicos soledadenses colaram grau. Parabéns ao Bernardo Tams, à Liana Ruas e ao Balestreri, extensivo aos seus familiares.
Confesso que fiquei emocionada e feliz com o tom de toda a solenidade, onde se percebia um comprometimento com uma medicina mais humanizada e mais solidária e menos vinculada à questão financeira.
Isto ficou claro tanto nos discursos dos oradores da turma, quanto nos pronunciamentos do Paraninfo e do Diretor da Faculdade de Medicina. Realmente, precisamos cada vez mais de profissionais da saúde que, como disseram, " atendam seus pacientes com a mesma competência e qualidade, independente de serem do SUS ou particular".

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Novamente Natal

O Espaço Por-do-sol, de propriedade dos meus amigos Nery e Délia é um lugar mágico. Uma decoração apurada, um visual elegante e aconchegante em seu interior é complementado pela visão de uma paisagem deslumbrante, onde o horizonte se alarga em verdes campos de colinas onduladas, que se tingem de vermelho a cada crepúsculo.
Bom gosto e beleza se mesclam em nuances de entardecer de alegrias e aconchego, onde poderemos trocar idéias e nos entreter nas tépidas tardes de verão. Parabéns